Muitas vezes a mão de Deus escolhe as pedras rejeitadas pelos homens para as Suas construções, para que os homens saibam que determinadas construções são completamente Suas. Isso também aconteceu com Padre Arsênio.
Nesse ínterim ele havia adaptado as regras da Companhia de Jesus às jovens irmãs, definindo-lhes o carisma: "A finalidade desse Instituto de Maria Santíssima Consoladora não é apenas a de curar a própria saúde e perfeição com a graça divina, mas através dessas lutar pela saúde e perfeição dos irmãos, trabalhando pelas obras de misericórdia espiritual e corporal dos nossos semelhantes, pelos pequenos órfãos, tão amados por Jesus Cristo" (Resumo da Constituição, 1).
A sra. Fumagalli foi definitivamente afastada. Respondeu inclusive em processos civis, os quais serviram para caluniar o P. Arsênio, que sofreu em silêncio. Nada resultou dessas indagações sobre ele, mas as humilhações foram tantas. A cruz continuava sobre seus ombros, mas ele a carregava pelo amor ao Senhor.
No Natal de 1892 as primeiras freiras receberam o hábito. Duas se ordenaram no mês de Junho de 1893. Esse foi considerado o ano oficial da fundação. Hoje as irmãs são 605 espalhadas pelo mundo todo. Destas 168 vivem e trabalham em 19 casas da nossa diocese, enriquecendo-as com o carisma que lhes foi transmitido pelo nosso fundador.
P. Arsênio trabalhou na formação das irmãs
que a cada dia aumentavam e abriam novas casas. Em 14 de Novembro de 1895
o beato Andrea Carlo cardeal Ferrari, na atual Rua Melchiorre Gioia em
Milão, assentou a primeira pedra da Casa Matriz, como foi considerada
a partir de 1898.
Em Turim P. Arsênio era ajudado pelo Mons. Giuseppe Casalengo
que é considerado o co-fundador do Instituto. Entretanto algumas
irmãs começaram a se lamentar porque achavam que ele era
às vezes muito severo e às vezes muito paternal. Ele foi
alvo de invejas, ciúmes, e calúnias. Daquele momento não
quis mais participar das atividades da Congregação e nem
se vangloriava do que já tinha feito. Porém, continuou a
pensar e a rezar pelas irmãs.
Em 1908 ele escreveu uma carta para a Irmã Maddalena Defendi:
"…Eu rezo sempre por todas vocês, e várias vezes por dia,
especialmente por aquelas que rezam por mim, por isso você è
uma das primeiras: me lembro sempre das irmãs falecidas e na Santa
Missa de todos os dias sempre faço uma oração por
todas vocês, vivas e falecidas; todos os meses celebro algumas missas
na intenção de vocês e peço a Deus que abençõe
o Instituto". (Mario Lessi-Ariosto, Dio volle, fece e vinse,
vol. II - Roma 1993, 89 )
Nesse mesmo ano voltou a escrever para essa irmã: "Te agradeço
pela bela carta que você me escreveu, pelas boas notícias
que me enviou à respeito do Instituto, e vejo que o Senhor ajuda
na abertura de novas casas; eu já não sei mais quantas são,
mas acredito que sejam muitas. Devemos agradecer e louvar o Senhor porque
Ele está satisfeito com a obra de vocês, pois aí encontrou
braços fortes para o seu vinhedo" ( IVI, 90 ).